mardi 9 août 2011

Tulipas: estudo

Pessoas profundas são irritantes demais, é verão agora e tudo parece desintegrar-se diante dos olhos cansados. Vê como tudo está inóspito, insosso e tão perturbador. Vivencia-se o tormento nesse dias luminosos...

Hábitos

De dores e obsessões se fazem os dias! fantasmas, espectros espreitam!!

mardi 26 avril 2011

Parece-me que o estômago sempre enjoado está prestes a explodir... como se uma explosão pudesse expelir o mal-estar e manter sob controle a coisa neurastênica e pulsante desse eu ridículo...

jeudi 3 février 2011

Diana c'est moi!

"Porque o pior era buscar algo razoável naquilo que desde o princípio tinha sido algo de delírio, de repetição idiota, e ao mesmo tempo sentir uma espécie de náusea" Julio Cortazar.

lundi 31 janvier 2011

À Anemona

Tuas pequenas mãos, menina, estão ficando a cada dia mais esquisitas e opacas. É uma ignomínia mostrá-las e um suplício olhá-las, antes elas eram tão luminosas.

Breve escrito para um vestido

... E ficaram os flashes entrecortados: o vermelho e branco do vestido se confundindo numa dança ébria.

Flashes

As sombras voltaram.
Aquele lindo sorriso desenxavido se desfez como uma nuvem de fumaça.
Ficaram os flashes entrecortados: o vermelho e branco do vestido se confundindo numa dança ébria.

Propensão

Somos propensos ao medo, ao suicídio. Te vejo e o anseio aumenta.
Hoje, não estou lá num dia muito bom, beijá-lo seria déjà um começo e um fim.
Esse je ne sais pas quoi que me toma quando te sinto inteiro me causa náuseas.
Soubera falar um dia... Hoje, só rio.


Cerejeiras

Perdi, não me lembro onde e quando, toda a minha hombridade e lucidez.
Onde foram parar as cerejeiras?



Entourage

É noite ainda...
Aqui, entre papéis, máquinas e música, me perco em devaneios que me levam à teus lábios.
O encontro casual num lugar inusitado reavivou aquilo que passo o dia tentando expurgar. Agora, sozinha com meus papéis, caneta e pensamentos, te vejo em cada objeto que me circunda.

jeudi 27 janvier 2011

Paredes

Há paredes em mim... 
Agora tudo está tão opaco que mal consigo distinguir realidade/irrealidade... 
Me perco errando por entre os destroços da vida, outrora matizada de lápis-lazúli...






Contra-senso

Havendo ou não contra-senso importa tomar o primeiro trem rumo ao horizonte de expressões intransponíveis...

Interrogações

Para que tanta pressa se jamais chegarás a lugar nenhum? Por que tanto medo se o que te faz mal está dentro de ti? Para que fugir se cedo ou tarde eles te alcançarão? De que te serve chorar, pequenina? Falar? falar ? ninguém te ouvirá. Em breve, uma bocarra azul te engolirá, prepare-te. Feche os olhos e, se te serve de consolo, espere. 


Concretina

Cabeça, poço sem fundo... fundo d'alma, esgoto do mundo.

À Buadelaire

Meu caro maldito,
em tuas palavras incisivas me perco e me encontro...
"meu coração desnudado" a ti ofereço quando maldizes o mundo.



mercredi 26 janvier 2011

Sei lá, estou meio cansada... de mim mesmo.

Espacialidade

Sonhei delícias e horrores e tu estavas lá, impassível, olhos lânguidos. Música de fundo: baixo, voz e bateria. Espacialidade. Perfume. Boca contorcida, olhar sem direção. E aquela pele de tão viva parecia se desprender do corpo agônico, aparentemente inerte, mas que, no entanto, queimava inteiro. Fosse como fosse era só um corpo, vazio, propenso a projeções alheias.


O adulto é triste e solitário

lundi 24 janvier 2011

Espera

Sentada, cotovelos sobre os joelhos, cabeça pesada pendendo sobre as mão doridas. Chorava. Há dias não sentia outra coisa que não desejo. Obsedada ria como louca extasiada pela espera. E esperara, esperara ...

Breve história de uma tarde quente de verão

Numa tarde quente e ensolarada de verão, uma bela moça, de olhos vazios, estava sentada e só. Pensava ou não pensava? não se sabe ao certo. O fato é que nessa mesma tarde, aquela bela e altiva moça do sexto andar, subiu até o terraço do seu edifício, parou junto ao parapeito, suspirou e se atirou em queda livre, em um átimo... sem hesitar.

Uma pequena receita

"Morra cordato e viva louco" Enrique Vila-Matas


Cauchemar

Trucidei-a ontem para ressuscitá-la hoje, mais pura, mais bela, mais perturbadora.
Dilacerei suas vísceras até não sobrar nada além de sangue...
E enquanto bebia o líquido grosso visceral chorava sedenta da sua pele escorregadia.
Jurei-me não mais olhá-la, impossível. Seu cheiro está entranhado em minh'alma recôndita. Pois tenho sim algo animado por dentro, apesar de parecer tanto com aquele homem oco, o homem empalhado.
Mortificada me encontro só e nua no pesadelo em que entrei acordada.

Cirurgia

Devo extrair esse cancro que se alojou em minha cabeça viciada?
Odeio-me por minha faiblesse.
Sou descontrolada, então que sofra mesmo! 
Afinal, que sou eu sem minha dor?

dimanche 23 janvier 2011

Maquiagem

Hesitante, pintei de azul-claro tudo que me levava à teus lábios.
Acho que não gosto de azul claro.

Anfetamina

Meus nervos estraçalharam-se há algum tempo (mesmo antes dos comprimidos)

Moi

Meus tímpanos zunem.
Ainda estou febril como ontem e anteontem.

À Hélène

Como uma carcaça oca e insone ela continua perambulando, fraca beirando a morte, se encontrava com Hélène as escuras e delirava. Dilacerava-se como Hélène e chorava por dentro.

Bum

Estou aberta como uma ferida podre,
do meu corpo dilacerado exala um odor inebriante.
Estampido...
Minha cabeça explode num escarlate estonteante.

Sobressalto

Sentimentos semi-áridos desafiam, erram por entre carnes trêmulas, hesitantes.
Tensão corpórea abstrata. Um vai e vem vertiginoso.
Eles pairam, anestesiam. Fulgores, rubores...
Sentimentos espreitam a postos, sobressaltados.

Repetição

Aquela estátua marmórea de olhos vazios me atormenta mesmo acordada.
Seus olhos vítreos espelham uma crueldade prazerosa.
Sua boca pálida, atravessada por grandes pregos enferrujados, me persegue pelos corredores frios e claustrofóbicos.
Suas mãos trêmulas e enrugadas e seus dedos, que mais parecem enguias esguias, penetram violentamente em minhas entranhas.
A confusão me despassa.
Meus nervos estraçalharam-se há algum tempo (mesmo antes dos comprimidos).
Minha dor, repetição minimal.

La littérature et le mal

"Un bon écrivan est toujours coupable d'écrire"


Nuit blanche

Não durmo há semanas, deliro, sinto frio e grito.
Só agora percebi que arrancaram a minha língua. Não posso mais gritar.
Quando eu podia voar me sentia quase bem.

If this isn't a dream...

samedi 22 janvier 2011

Douleur

Dias a fio fiquei procurando aquela fagulha de vida que sempre encontrava no fundo fundo do meu desespero.
Há caroços em mim, espalhados por toda parte. Doí ainda...

Vômito

As sombras voltaram.
Tudo está passando exceto a náusea.
Náusea crescente e vivaz.
Vômito retido, vômito contínuo, vômito verde e azul

Digressão


Em que se transformara sua insignificante vida?
Balbucios solitários, tristeza irrompendo a cada ciclo, lágrimas, soluços e gozo... Nada mais.
Talvez fosse como aquela galinha de domingo estúpida e presa a sua eterna condição de cabeça vazia... Abandonada, perseguia obstinadamente o desejo de não mais estar ali, no entanto, lá estava e sempre.

Manifesto ridículo

Expurguemos essas coisas ridículas chamadas sentimentos do fundo fundo do nosso ser.
Expurguemos sim, esse desejo absurdo e latejante que nos dilacera o sexo e o estômago.
Expulsemos, e mais, proíbamos sob pena de extinção estas sensações vis que não fazem mais  que obnubilar o nosso ideal de bem-estar.
Assassinemos as sombras que nos fazem chorar e suspirar quando menos esperamos.